DIREITA OU ESQUERDA?
Duas palavras intimamente ligadas.
Sempre achei culpa algo católico.
Mas é maior.
A culpa jamais irá ajudá-lo a encontrar
a liberdade em você.
E ela não tem preço.
O máximo de que ela é capaz é fazer
você (porque não dizer:nós – humanos)
a se (nos) esforçar mais para se ajustar a alguma ética
exterior.
Quando o que vale, na realidade, é o interior.
E como humanos que somos...
E porque não dizer sobreviventes, não há vergonha nenhuma
em nos escondermos, por vezes,
num dos lugares mais fáceis e ilusoriamente seguros.
Um lugar onde precisa-se apenas contar-se consigo próprio.
A mentira.
Porém a mentira é algo escuro.
Precisa-se coragem de abrir mão do poder e segurança que
este lugar promete.
Porque as mentiras são uma pequena fortaleza.
E dentro de tais fortalezas tenta-se em vão governar-se a
a própia vida e manipular a dos outros.
E como toda fortaleza são necessários muros.
Que são contruídos. Muros que são as justificativas
das mentiras.
Você sabe.... como se estivesse fazendo isso para proteger
alguém que ama.
Ou para proteger essa pessoa da dor.
Qualquer coisa para que se sinta bem com as mentiras.
Omitir também é uma mentira. Descarada.
A verdade da mentira.... Sim. Ela tem uma verdade.
Porque não? Sempre há uma verdade nas coisas, por
mais demorada que ela teime em aparecer.
O verdadeiro motivo da mentira é o medo
de enfrentar as emoções.
As próprias.
E pior: as do outro.
As emoções amedrontam.
Do que se conclui que mente-se para se proteger. Sobretudo.
E proteger o outro. Por vezes.
Sempre disse e pensei: odeio a mentira.
Odeio quem mente. É algo que me tira do sério.
E tira mesmo.
Não confio em quem mente.
E confiança é algo importante pra mim.
Por outro lado.....
Como uma sobrevivente, humana dessa louca dança
ou jogo da vida questiono-me.
Quem nunca mentiu para si próprio?
Quem nunca se iludiu?
Quem nunca quis acreditar tão forte numa mentira
porque não resistiria sobreviver à verdade?
Ela é sedutora.
Há muitos perdidos em suas percepções da realidade
e ao mesmo tempo tão seguros nos próprios julgamentos...
Paga-se um preço alto em assumir os riscos da honestidade.
Enfrentar o medo de sair do escuro.
Pedir perdão.
A você e ao outro.
Sim porque o outro pode ou não queira lhe dar.
È o risco da fé.
A fé não cresce na casa da certeza.
Mas uma vez feita a escolha, você se transforma.
Por meio de suas escolhas, você pode ser um
hipócrita no meio da multidão.
Ou um contador de verdades.
Ou..... Façam suas apostas!
Melhor: façam suas escolhas!
A sorte está lançada.
“Alea jacta est”!